Liderança e saúde mental: segredos para cuidar da sua e a do time

“Para cada US$ 1 investido no tratamento de transtornos mentais em nível organizacional, há um retorno de US$ 4 em melhoria de saúde e produtividade” (OMS, 2019)

 Conversar sobre saúde mental no contexto profissional ainda é um tabu. A pandemia de covid-19 e, em especial, seus efeitos na saúde mental, porém, lançou um holofote sobre esse assunto.

Assim, numa crise como a de agora, sintomas podem aparecer ou ser agravados. São exemplos:

  • sintomas físicos (gastrite, enxaquecas, insônia, erupções na pele etc.);
  • comportamentos compulsivos (comer demais, beber demais etc.);
  • pensamentos obsessivos ou rituais intermináveis;
  • medos específicos (medo de perder o emprego; medo de adoecer ou de que entes queridos adoeçam, entre outros);
  • tristeza, solidão ou sintomas depressivos; e
  • estresse.

 Afinal, como os líderes podem influenciar positivamente a saúde mental de seus liderados? Se liga nas sugestões inspiradas nos estudos da psicologia positiva e da OMS:

1) Cuide de si: um líder é referência e ao implementar à sua própria rotina hábitos para saúde integral já estará mais preparado para cuidar de outros. Permita-se colocar na agenda atividades que te tragam prazer, e surpreenda-se.

2) Equilibre quantidade e qualidade de informações: cuidado com a infodemia, uma sobrecarga de informações, algumas verdadeiras e muitas falsas (fake news). Conceito surgido no escopo da pandemia de covid-19, a infodemia dificulta a distinção de informações confiáveis e das não confiáveis, ampliando as incertezas e medos. Busque sempre informação de qualidade, baseada em evidências e em fontes confiáveis. Reserve momentos específicos para se atualizar e evite excessos.

3) Escuta ativa: adotar uma postura de abertura ao diálogo, fazer perguntas curiosas, exercitar a escuta e deixar o canal aberto para que o colaborador possa pedir apoio são iniciativas fundamentais. Seja gentil.

4) Ative a sua percepção e aprecie histórias de superação: sinais como energia baixa, ausências, problemas com prazos e variações constantes de humor, entre outros, podem indicar um “pedido de ajuda”. Aprecie/reconheça iniciativas, posturas, conquistas pessoais e contribuições positivas do colaborador. Compartilhar histórias positivas e confiáveis divulgadas na mídia – por exemplo, ligadas à recuperação de situações críticas – pode estimular a esperança e o otimismo. Experimente!

5) Ofereça suporte, coloque o tema na agenda e exercite a solidariedade: promover espaços de reflexão e orientação com profissionais especializados e divulgar canais para pedir ajudar de modo reservado, se necessário, são iniciativas importantes. Busque praticar atos de solidariedade que façam sentido para você – ajudar um vizinho idoso a fazer compras ou deixar recados de agradecimento para profissionais de saúde, por exemplo, são algumas dicas.

Uma reflexão que vale fazermos juntos diante do exposto está registrada em uma das obras que eu mais aprecio sobre o tema liderança: “Uma cultura corporativa é um ecossistema frágil com muitos mecanismos interdependentes que precisam ser cuidados para florescer. Uma cultura forte é um acelerador de performance capaz de criar mudanças imensas de ímpeto”.

Agora você está um pouco mais preparado para enfrentar o desafio de liderar em tempos desafiadores! Confie no seu potencial, experimente essas táticas e desperte o melhor em sim mesmo e em seus liderados. Vamos juntos?