“Os verdadeiros líderes conseguem tocar emocionalmente as pessoas e, assim, engajá-las nos processos. Caso contrário, não haverá eficácia.” Pedro Calabrez
Liderança é um tema desafiador. Essa máxima não é algo novo. O que pode ser novidade é a reflexão proposta pela frase que abre este artigo: emoções governam nossas decisões e líderes, de fato, entendem essa realidade.
Trocando em miúdos, líderes sabem que sem reconhecer, acolher e administrar as emoções em interação com seus liderados, a sua influência e o potencial de gerar cooperação não serão tão eficazes.
Há um consenso de que para uma liderança eficiente deve haver cooperação. E, para se chegar a isso, o líder deve inspirar em suas equipes transformações positivas por meio de suas ações, suas comunicações e seus comportamentos, sem o exercício duro da hierarquia.
Conforme o neurocientista Pedro Calabrez, há dois modelos de liderança: dissonante e ressonante. O primeiro é exercido por um gestor distante emocionalmente das pessoas, que não enxerga a individualidade de seus colaboradores e não consegue transformar um grupo em um time. O líder dissonante frequentemente apresenta pelo menos 4 traços:
1) personalidade egóica: acredita ser mais importante que a coletividade;
2) tem foco nos problemas e cultiva a culpabilidade (“Quem é o culpado por isso?”);
3) critica os erros dos funcionários humilhando-os e usa o bônus (aumento salarial ou comissão) como estímulo produtivo; e
4) cria um contexto de motivação exclusivamente focado em aspectos externos, como salários e benefícios, aos quais a equipe responde com obediência.
Os efeitos nos liderados são usualmente emoções e/ou reações negativas, como ansiedade intensa, inibição de raciocínio lógico, medo e frustração, entre outros.
A liderança ressonante, por sua vez, é exercida por um líder próximo emocionalmente da sua equipe. Vejamos os traços desse tipo:
a) lidera indivíduos e é responsável pelas pessoas e não pelos aspectos exclusivamente técnicos do trabalho;
b) mantém o foco na solução de problemas, no crescimento e no desenvolvimento das pessoas, sendo as críticas feitas individualmente e em particular;
c) pratica a escuta ativa e construtiva, sem julgamentos e preconceitos, mas com empatia; e
d) cria um contexto de motivação que considera aspectos internos, como propósito e desenvolvimento de novas competências. A equipe responde com confiança.
Os efeitos nos liderados são usualmente emoções e/ou reações positivas, como engajamento, foco e atenção, serenidade e empatia, entre outros.
Você pode estar se perguntando: “Preciso ser um líder sempre ‘bonzinho’, então?” Sabemos que como líderes precisamos, por vezes, adotar posturas dissonantes, ser firmes, ter conversar difíceis ou tomar decisões impopulares. A questão é que você pode até obter resultados adotando um estilo dissonante, mas com custos altíssimos. Em médio e longo prazo resultados baseados nesse estilo de liderança mostram-se insustentáveis.
Considerando esses estudos e perspectivas, podemos começar a entender por que experimentamos mais ou menos eficiência em nosso papel de líder. Além disso, ao tomarmos consciência de que podemos desenvolver uma postura de líder ressonante a partir da prática podemos ser mais eficazes e felizes.
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